Elon Musk: BCI - Neuralink e os problemas éticos ligados à empresa.

 Elon Musk já é um nome conhecido por muitas pessoas por ser regularmente ligado a fala e ações polêmicas. Entre elas estão: minimizar a pandemia do covid, denúncias de assédio e racismo. Além disso, o bilionário é um dos homens mais ricos do mundo e controla uma série de empresas de tecnologia, entre elas está aquela que será o tema principal desse post, a Neuralink. 

Neuralink foi co-fundada em 2016 por Elon com o objetivo de desenvolver Interfaces Cérebro-Computador (Brain-Computer Interface – BCI) [1], esses chips teriam a capacidade de ajudar pacientes com lesões na medula de se comunicarem com computadores e outros aparelhos tecnológicos. Em um primeiro momento uma tecnologia desse tipo com certeza seria muito útil para a humanidade como um todo, mas se observarmos algumas das falas mais recentes de Musk como aquela que foi dada em uma transmissão ao vivo chamada de Neuralink, “Neuralink Progress Update, Summer 2020” . Nessa live, ele afirma que possui a intenção de que seja possível expandir a capacidade do cérebro de ler e gravar memórias e informações, conversar e reproduzir memórias melhorando assim as capacidades humanas. Vemos então que Elon Musk deseja que essa tecnologia esteja ligada não apenas a um grupo de pessoas, mas ao mundo inteiro. 

Aí que entram os problemas éticos ligados a essa tecnologia, acredito que a primeira pergunta que deve ser feita é até que ponto nossas informações pessoais estarão seguras, como nossa privacidade seria protegida e qual seria o preço para protegê-la. Parece com certeza ser uma fala alarmista a primeira vista, mas se nos dias de hoje onde já temos nossa privacidade invadida de diversas maneiras, como nos dados sendo vendidos, vazados ou compartilhados com outras pessoas ou empresas, o que aconteceriam caso essas informações viessem diretamente de nossos cérebros. Adicionalmente, se considerarmos as possibilidades mais remotas e distantes, tecnologias como esta poderão alterar fundamentalmente a experiência humana como a conhecemos[2].


Uma outra polêmica envolvendo a empresa é a acusação de que a empresa teria colocado membros que já fizeram parte da empresa em um conselho responsável por monitorar e autorizar pesquisas realizadas em animais. Esse conselho é responsável por garantir o cuidado dos animais, padrões de pesquisa e confiabilidade dos dados que ajudam a decidir se medicamentos ou dispositivos são seguros para testes em humanos[3].


           Podemos dizer então que alguns mandamentos da ACM foram ou podem ser quebrados. Sendo eles “Respeitar a privacidade de terceiros”, “Honrar a confidencialidade”, “Dar avaliação abrangente e profunda dos sistemas de computação e seus impactos, incluindo análise de riscos potenciais”, “Especificar e autorizar o uso apropriado e autorizado dos recursos de computação e comunicação de uma organização”

Referências

[1]  Neuralink, [Online]. Disponível em: https://neuralink.com/.

[2] Diferencial Tecnico Lisboa.  Elon Musk, Neuralink e a ética do Transumanismo

Disponível em: https://diferencial.tecnico.ulisboa.pt/edicao/eticamente-falando/elon-musk-neuralink-e-a-etica-do-transumanismo/ 

[3]Olhar Digital: Para acelerar chips cerebrais, Elon Musk estaria deixando a ética de lado. Disponível em: https://olhardigital.com.br/2023/05/05/pro/neuralink-pode-estar-violando-regulamento-de-conflito-de-interesses/


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